Você já observou que às vezes tem necessidade de um abraço, de um carinho ou de alguém que o pegue no colo?
Não é só você. O pesquisador M. F. Harlow, em seu livroAmor em filhotes de macacos, relata uma experiência em macacos recém-nascidos que o levou à conclusão de que “a estimulação tátil é tão importante quanto o alimento no desenvolvimento dos comportamentos”.
Na experiência de Harlow, os macaquinhos foram colocados diante de duas mães substitutas, uma feita de pano, outra de arame. Os filhotes afeiçoaram-se à mãe de pano, embora a mamadeira estivesse no peito da mãe de arame. Eles apenas saciavam a fome e logo depois voltavam para a mãe de pano. Quando um estímulo que produzia medo era colocado na gaiola, os macaquinhos também corriam para a mãe de pano. Junto dela, sentiam-se mais seguros para arriscar-se e para explorar o meio ambiente, mesmo na presença do estímulo de medo.
Na mesma experiência, Harlow observou que os macacos criados em solidão apesentaram quadros graves de comportamento: evitavam todo contato social, pareciam sempre amedrontados e tinham uma postura de encolhimento e de abraçar-se a si mesmos. Se o período de isolamento durasse mais um ano, a situação se tornaria irreversível.
Conclusão: a estimulação tátil, além de significar uma troca gostosa e de propiciar sensações de proteção e segurança, fornece material para o indivíduo criar uma identidade.
(Transcrito do livro “A carícia essencial — uma psicologia do afeto”, de Roberto Shinyashiki, Editora Gente, 156ª. edição)
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